quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Comunicando sua Mensagem



O leitor, (e também o seu ouvinte) precisa, compreender rapidamente o que você quer dizer. Principalmente na internet. Dar um clique no mouse é mais rápido que virar uma página de livro.

Entretanto o contato com os livros por exemplo pode influenciar seu vocabulário, sem que você o perceba.

Me lembrei, de uma História atribuída a Ruy Barbosa ilustre intelectual brasileiro.

A travessia

“Ruy Barbosa”, com um grosso livro debaixo do braço, querendo atravessar um rio, dirige-se a um barqueiro negro e pergunta-lhe:

- Ébano, quanto almejas de pecúlio para transportar-me nesse teu instrumento de labor, deste polo àquele hemisfério?

O barqueiro, boquiaberto e não entendendo nada, faz um gesto que parece ser de desdém.

Ruy Barbosa visivelmente enfurecido, replica ao barqueiro:

- Se fizeste isso por ignorância, perdoo-te; mas se o fizeste para ofender-me, dar-te-ei com esta fonte de luzes pela cabeça, e te reduzirei à quinta substância da camada do pó que te envolve!

O barqueiro, embasbacado com tantas palavras difíceis, pergunta:

- É pra travessá o rio, sinhô?

*Ruy Barbosa, pelo estilo de linguagem sofisticada, passou a ter "histórias" atribuídas a ele, mais pelo folclore humorístico do que fatos verdadeiros.

Linguagem simples

Esta é a linguagem que todos devemos usar. Ao mesmo tempo escrever corretamente sem rebuscar demais, e escrever de maneira interessante sem vulgarizar.

Ser assertivo é comunicar-se adequadamente de maneira direta, aberta, sincera, objetiva e efetiva sem provocar constrangimentos em outras pessoas.

Assista ao meu vídeo de 59 segundos sobre: “ O Meio é A Mensagem”:



quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Pedagogia: Tipos de Conhecimento (Gestão do Conhecimento)




O conhecimento é um conceito importante no âmbito da Pedagogia, É o saber, é a instrução é a informação com propósito.  O conhecimento advém das relações do homem com o meio, e é dividido em uma série de categorias:

O conhecimento empírico é um movimento que acredita nas experiências como únicas (ou principais) podemos alar aqui de Senso comum é o modo de pensar da maioria das pessoas, são noções comumente admitidas pelos indivíduos. Significa o conhecimento adquirido pelo homem partir de experiências, vivências e observações do mundo.

O conhecimento filosófico surge da relação do homem com seu dia-a-dia, porém preocupa-se com respostas e especulações destas relações. Não é um conhecimento estático, ao contrário sempre está em transformação. Considera seus estudos de modo reflexivo e crítico. É um estudo racional.

O conhecimento teológico ocupa-se com verdades absolutas, verdades que a fé explica.

O conhecimento científico precisa ser provado. O conhecimento surge da dúvida é passível de verificação e investigação. Usa os métodos para encontrar respostas através de leis comprobatórias.

Conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida. Geralmente é difícil de ser formalizado ou explicado a outra pessoa, pois é subjetivo e inerente às habilidades de uma pessoa. é o que está dentro do indivíduo, não é visível, está incorporado às suas vivências, suas experiências, envolvendo valores e crenças pessoais, em uma expressão: know-how, que é um termo em inglês que significa literalmente "saber como", é o conjunto de conhecimentos práticos (fórmulas secretas, informações, tecnologias, técnicas, procedimentos,  adquiridos por uma empresa ou um profissional, que traz para si vantagens competitivas).

O conhecimento explícito é aquele encontrado em manuais, livros, registros diversos e é mais fácil de ser comunicado. 

Existem quatro modos de converter o conhecimento, a saber: socialização, internalização, externalização e combinação. Vamos comentar um a um:

Socialização, é a conversão do conhecimento tácito em conhecimento tácito. Para ele ocorrer é preciso que haja uma interação entre indivíduos que, de alguma forma estimulados, passam a compartilhar seus conhecimentos, ou seja, suas habilidades, experiências, idéias, Externalização, é a conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito. Ou seja, busca-se transformar o conhecimento do indivíduo em um conhecimento articulado e transmissível.

Combinação, é a conversão do conhecimento explícito em conhecimento explícito. É possível quando os conhecimentos explícitos existentes podem ser combinados para gerar um novo conhecimento. Isto pode acontecer quando indivíduos combinam ou trocam conhecimentos através de e-mails, reuniões, documentos e até em conversas informais.

Internalização, é a conversão do conhecimento explícito em conhecimento tácito. Quando um novo conhecimento é disponibilizado para todos muitos outros indivíduos ampliam ou reformulam o seu conhecimento tácito, ou seja, passam a internalizá-los.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Behaviorismo, Gestalt, Psicanálise e Educação (Psicologia da Educação)



1) Behavioristas dão destaque para o comportamento externo dos indivíduos e acreditam que o comportamento é uma resposta a estímulos externos. O Behaviorismo originou-se com a intenção de destacar a importância de se estudar o comportamento externo de indivíduos, em vez de se concentrar sobre a mente humana não observável. Eles rejeitaram os conceitos mentalistas da psicanálise como o inconsciente. Emergindo como uma escola de pensamento na década de 1920, tem como grandes representantes John B. Watson, Ivan Pavolv e BF Skinner.

2) O termo Gestalt, em português, significa forma ou configuração. A Teoria da Gestalt estuda a percepção e a sensação do movimento, os processos psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como este é percebido pelo sujeito. Refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". A Gestalt afirma que as coisas possuem a tendência de serem vistas como um todo não de maneira separada, isso no processo de educação infantil pode ser aplicado da seguinte maneira: primeiramente se conceitua o todo, depois aos poucos o educador faz o desmembramento desse todo de modo que a criança conheça cada parte de um processo.

3) A psicanálise enfatiza a centralidade da mente humana. Eles acreditam que o inconsciente tem o potencial para motivar o comportamento. Esta é a principal diferença entre Psicanálise e Behaviorismo. A psicanálise é uma abordagem pioneira criada por Sigmund Freud. Ao contrário do Behaviorismo, essa escola de pensamento enfatiza a importância do inconsciente. Freud acreditava que o inconsciente motiva o comportamento. De acordo com a teoria do iceberg, a mente humana compreende o consciente, pré-consciente e inconsciente. Enquanto o consciente e pré-consciente são acessíveis, o inconsciente não é.

Lembre-se: O ato de ensinar está na vontade de aprender!

terça-feira, 17 de julho de 2018

Aprendizagem Significativa e Conhecimentos Pedagógicos




Se quisermos realmente evoluir como sociedade, a educação é fator essencial, e o modelo educacional deve se preocupar com o desenvolvimento de cada pessoa, para que possamos progredir. 

Mas o que podemos fazer para resolver esse grande problema? Essa é a pergunta que precisamos responder por meio do estudo da educação e da sociedade.

Aprender significativamente é ampliar o repertório, dar um novo significado a ideias já existentes em nossa mente, com base em novas informações que recebemos. É como se criássemos novos links mentais, com base no conhecimento que já temos.

Famoso por ter proposto o conceito de aprendizagem significativa, David Paul Ausubel (1918-2008) dizia que, quanto mais sabemos, mais aprendemos.

Aprendizagem significativa ocorre quando aquilo que nós estamos aprendendo se conectar se relaciona com o que já sabemos.

Para ele, aprender significativamente é ampliar e reconfigurar ideias já existentes na estrutura mental e com isso ser capaz de relacionar e acessar novos conteúdos. De acordo com ele, há duas condições para que a aprendizagem significativa ocorra: o conteúdo a ser ensinado deve ser potencialmente revelador e o estudante precisa estar disposto a relacionar o material de maneira consistente e não arbitrária.

Ausubel ainda definiu a aprendizagem mecânica. Nela, os conteúdos ficam soltos ou ligados à estrutura mental de forma fraca.


Ausubel considera que a assimilação de conhecimentos ocorre sempre que uma nova informação interage com outra existente na estrutura cognitiva, mas não com ela como um todo; o processo contínuo da aprendizagem significativa acontece apenas com a integração de conceitos relevantes.

Os teóricos da educação se apropriam das Teorias do Conhecimento e buscam traduzi-las em Teorias da Aprendizagem.

Por teorias de aprendizagem podemos observar três modalidades gerais: cognitiva, afetiva e psicomotora. A primeira, cognitiva, pode ser entendida como aquela resultante do armazenamento organizado na mente do ser que aprende. A segunda, afetiva, resulta de experiências e sinais internos, tais como, prazer, satisfação, dor e ansiedade. Já a terceira, psicomotora, envolve respostas musculares adquiridas por meio de treino e prática.

Portanto as Teorias da Aprendizagem são alicerçadas por Teorias do Conhecimento, por isso os dois próximos vídeos terão essa temática:

Psicologia da Educação 1 onde comentarei: Beheviorismo, Gestalt e Psicanálise e Educação

e

Psicologia da educação 2 onde comentarei: Piaget, Vygotsky e Wallon.

Gostaria de sugerir o livro:

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA MODALIDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DO PROFESSOR de José Cesar Furtado.

O objetivo nesse livro é favorecer a compreensão e a reflexão sobre o ato de aprender, os modos de aprender e o papel dos professores frente a isto.

Bibliografia

SANTOS, José Cesar Furtado dos. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA MODALIDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DO PROFESSOR. Editora: Mediação Editora. 


MOREIRA, Marco Antônio. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA. Editora: Centauro.






E Lembre-se: O ato de ensinar está na vontade de aprender!

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Só se faz Pedagogia para se trabalhar com crianças? Dica!


*Aqui vão comentários em forma de artigo, não deixe porém de assistir ao vídeo e deixar um like no canal: “Com Texto”



O pedagogo é o profissional graduado em pedagogia, que pode atuar na área da administração escolar, como supervisor, orientador ou diretor escolar e também no magistério.

O curso dura em média quatro anos, com conteúdos na área de teorias pedagógicas, psicologia da educação, sociologia (o papel da educação e da instituição escolar e a dinâmica da sociedade), metodologia do ensino de disciplinas básicas (língua portuguesa, matemática, história, geografia,  ciências naturais), legislação educacional,  gestão, avaliação e medidas educacionais, sem contar as eletivas e optativas que enriquecem a formação.

Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças que iam para a escola. Como escravo, ele era submisso à criança, mas tinha que fazer valer sua autoridade quando necessária. Por esse motivo, esses escravos desenvolveram grande habilidade no trato com as crianças.

O foco do curso de pedagogia, em geral, é a primeira infância – estudar o desenvolvimento das crianças, a alfabetização delas e os conhecimentos que devem ser ensinados nessa faixa etária.

Muitos entram na faculdade porque ‘gostam de criança’, mas a profissão não se restringe a isso. O importante é ter interesse pela área de humanas e ser atento a questões educacionais.

Com esta formação é possível também trabalhar no EJA (Ensino de Jovens e Adultos), na formulação de materiais didáticos e de cursos à distância ou em cargos de gestão escolar, como diretor, coordenador ou orientador pedagógico, educação prisional, hospitalar e pedagogia empresarial também.

O curso de pedagogia sofreu uma mudança nas diretrizes curriculares em maio de 2006, na Resolução nº1, do Conselho Nacional de Educação. Antes disso, o aluno escolhia, durante a graduação, uma habilitação específica – ou seja, uma área da pedagogia em que se aprofundaria, como educação especial ou administração escolar. A partir dessa modificação de 2006 deixou de existir a habilitação e o curso passou a ser mais generalista.

Ao se formar o Pedagogo e a Pedagoga, podem seguir por uma pós-graduação lato sensu (Especialização) como Psicopedagogia ou Neuropsicopedagogia por exemplo, ou ainda uma pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado) que é a pesquisa.

E se você já possui outra graduação, é possível fazer Pedagogia como uma segunda graduação e conquistar um diploma com Licenciatura Plena.

Não deixe de assistir ao vídeo: Pedagogo, O Professor dos Professores através desse link:


Bibliografia

LIBANEO, Jose Carlos. Adeus Professor Adeus Professora ? Editora Cortez.
LIBANEO, Jose Carlos. Pedagogia e Pedagogos Para Que ? Editora Cortez.
TEIXEIRA, Anísio. Educação Não é Privilégio.  Editora: Companhia Nacional Ano: 1977.
ALVES, Rubem. Conversas com Quem Gosta de Ensinar. PAPIRUS.
FREIRE, Paulo. A IMPORTANCIA DO ATO DE LER. Editora: CORTEZ EDITORA. 2011.
HERNANDEZ, Fernando. VENTURA‎ Monserrat Ventura. A organização do currículo por projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio. Editora: Penso; Edição: 1 (21 de dezembro de 2016).
CAMARGOS, Léa das Graças.  PIMENTA, Selma Garrido. Docência no Ensino Superior. Editora: Cortez; Edição: 5ª (27 de agosto de 2014).

Lembre-se: O ato de ensinar está na vontade de aprender!

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Antropologia e Educação na Pedagogia




"A natureza dos homens é mesma, são seus hábitos que os mantém separados." - Confúcio
Antropologia e Educação. No vídeo a seguir refletimos sobre:
O objeto de estudo da antropologia é o homem, enquanto produtor e transformador da natureza, seu método é a observação!
Cultura; Etnocentrismo; Relativismo Cultural; Cultura é um processo dinâmico, sempre em movimento.
Endoculturação: Processo de internalização da cultura de educação que atribui as capacidades e os papeis de homens e mulheres na sociedade.
Funcionalismo: falavam que a sociedade e sua respectiva cultura formavam um sistema integrado de funções.
Estruturalismo: analisa sistemas em grande escala examinando as relações e as funções dos elementos que constituem tais sistemas, que são inúmeros, variando das línguas humanas e das práticas culturais aos contos folclóricos e aos textos literários. Antropologia estrutural, é um termo criado por Claude Lévi-Strauss, foi a partir do estudo do parentesco que se constituiu o estruturalismo de Lévi-Strauss. Quando se estuda o parentesco, a linguagem ou economia das trocas estamos diante de diferentes modalidades de uma única e mesma função: a comunicação (ou a troca), que é a própria cultura.



Lembre-se o ato de ensinar está na vontade de aprender!

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Reflexões depois da Matéria: Didática



Luiz Ferracini apresenta uma tipologia dos tipos de professor e ensino (Ferracini 1990):

1) O desanimado (não chega a ser relapso, mas falta-lhe o brilho do entusiasmo pelo que faz); 2) o saudosista (desempenha a contento suas tarefas, mas para ele escola boa era a de antigamente, hoje haveria apenas ensino do “faz de conta”); 3) o critiqueiro (antenado em leis e portarias sobre educação, só enxerga o lado negativo da realidade); 4) o alienado (meio camaleônico, está de bem com todos, não toma partido; para ele educar é fazer a vontade dos alunos); 5) o policial-terrorista (sempre do lado da direção, é disciplinado ao extremo, exige que os alunos decorem conteúdos, espalhando medo, ameaçando com notas baixas ou com provas que não buscam avaliar aprendizado); 6) celetista (dá aula em diversas IES, não tem interesse pelos problemas da escola e do aluno; como não cria raízes na instituição, também não deixa saudades por onde passa; ensina mas não educa); 7) bico (é um dos tantos que atuam em diversas frentes e empregos: para uns trata-se de necessidade e para outros lecionar é questão de prestígio e projeção); 8) ideologizador (faz discursos e pregação; não perde uma oportunidade de mostrar sua visão do mundo e da política: ou é engajado em movimentos sociais, se definindo de esquerda, ou adota postura oposta, de cunho moralista); 9) autoritário (dominador, entende que cabe só a ele tomar decisões. “Por lei, em sala de aula, gozo de autonomia, aqui quem manda sou eu”).

Carlos Costa, Jornalista e professor na Faculdade Cásper Líbero. Licenciado em Filosofia e bacharel em Jornalismo, é mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da USP, 10) acrescenta um décimo tipo, que seria o do professor “expressor, expressão utilizada pelo pesquisador e semiótico uruguaio Fernando Andacht em seu estudo sobre os personagens do Big Brother Brasil e de sua versão argentina, El Gran Hermano (Andacht, 2003: 84 e segs.). Expressor é aquele professor que dá aulas-magnas, fala o tempo todo, um discurso que encanta os alunos, mas que não permite interrupções, perguntas ou dúvidas, ele é o show. Ao final do curso, os alunos (que adoravam suas aulas e shows) se dão conta de que não há assunto para avaliação, de que nada aprenderam... 

Para Paulo Freire, o professor é uma fonte de opões para satisfação dos interesses do aluno, dentro dos limites de sua formação. Ou seja, Freire não entende o professor como um “facilitador”, mas como uma opção para o aluno interessado. Pode ser um provocador, não um facilitador.

Burke, ensina que o aprendizado só pode ser realizado pelo próprio sujeito que aprende, e isso tem uma implicação profunda em toda a metodologia de ensino. É o aluno que deve pôr em ação seus mecanismos ou esquemas de assimilação, seu jeito de aprender. Ele pode receber do professor os estímulos e informações, mas nada garante que os assimilará. Agora, sem dúvida aprenderá se tiver de pesquisar, procurar, trabalhar esses dados e informações. Aí está a diferença entre ensinar e aprender. Ensinar, no caso, deixa de ser entendido como uma transmissão/recepção de informações e conhecimentos já prontos, e passa a ser uma forma de detonar um processo ativo e assimilador que, ao pôr em marcha os esquemas e estruturas que o aluno dispõe, mobiliza conhecimentos e origina novas experiências (Burke, 2003: 46).

A “emoção e o sofrimento” (pathos), de onde emerge o saber, pertencem tanto ao professor (que deve colocar-se também como aquele que não sabe) quanto ao aluno: os pensadores da educação referem-se freqüentemente ao duplo significado da palavra grega manthano: ensinar e aprender ao mesmo tempo. Professor é aquele que aprende duas vezes. O bom professor, dizia Heidegger, está mais avançado que seus alunos somente naquilo que tem mais a aprender do que eles, ou seja, no fazer aprender. Mas o lugar e a presença do professor como agente motivador, iniciático, continua imprescindível (Sodré, 2002: 99).

Como ensinava Piaget, no processo de descoberta ativa por parte do aluno, o professor continuará a ser um animador indispensável. Ele criará situações e armará os dispositivos iniciais para despertar na classe o interesse pela pesquisa dos tópicos apresentados e dirimir dúvidas. A ele caberá, também, sistematizar as conclusões dos aprendizes, levando à reflexão que obrigue o controle das soluções demasiado apressadas. O que se deseja é que o professor deixe de ser apenas um “conferencista” e que estimule a pesquisa e o esforço, em vez de se contentar em transmitir soluções já prontas.

O mestre deve deixar de ser aquele que “ensina” (que dá a aula, que fala, que mostra, que demonstra, que prende a atenção, que dá o show, que cobra...) para se tornar aquele que ajuda outra pessoa a aprender com ela. [...] Em resumo, ensinar deve passar a ser uma permanente tentativa de respeitar e estimular o processo natural de construção do conhecimento daqueles que são os únicos e verdadeiros agentes dessa construção: os aprendizes (2003: 87, itálicos do próprio autor).

Procure entender o papel e a dimensão de sua disciplina na grade curricular do curso

Ela é disciplina-chave, optativa, pré-requisito para disciplinas que serão estudadas nos anos seguintes? Em que pontos sua disciplina dialoga com outras ministradas para a mesma turma, nessa mesma série escolar? 

É possível planejar, com os professores de outras disciplinas, alguma atividade em conjunto? É importante ter essa visão panorâmica. E é muito mais criativo para os alunos perceberem que os próprios professores trabalham em parceria. Como já foi dito, o aprendizado transcende as quatro paredes da sala de aula e os alunos jamais se esquecem de atividades concretas, realizadas em outra “locação.

Pense na sua disciplina paralelamente ao sistema de avaliação do curso: se é uma disciplina anual, decomponha o conteúdo em quatro bimestres; se é semestral, em dois. 

A formatação do curso em blocos facilita a preparação e a seqüência de atividades, discussões e pesquisas que serão programadas com parte do processo de construção do conhecimento. Ao criar a programação, dividia os conteúdos a serem estudados e pesquisados em conjunto em quatro bimestres, por exemplo, como quatro grandes capítulos, seriados pelos encontros semanais. Os alunos recebem já na primeira aula o programa completo, escolhem temas de aprofundamento e pesquisa, compõem grupos de estudo, e começam a preparar as leituras, visitas, apresentações que farão ao longo dos bimestres. Além disso, programe para cada bimestre leituras ou fichamento de livros. 

Discuta com os grupos, faça círculos, programe com outros professores da mesma série saídas do ambiente fechado da escola, com apresentação de relatórios que sirvam como avaliação de aprendizado de ambas disciplinas.

Distribuídos os conteúdos da disciplina pelos dois ou quatro bimestres, é hora de montar o programa de todos os encontros semanais (em média, cada bimestre oscila entre 8 e 9 encontros-aula). 

Destaque os temas, conteúdos ou partes da matéria que serão abordados em cada encontro. Pode ser uma frase em quatro ou cinco linhas, que resuma o que será o projeto de discussão e estudo com os alunos. Esse roteiro é como um mapa ou bússola. Ao longo do ano, em uma semana de muito atropelo e compromissos, ao preparar a aula da semana seguinte, bastará passar a vista no programa e se sentirá “ubicado”, ou seja, vai saber o lugar onde está parado, que tema foi desenvolvido na semana anterior, qual é o passo seguinte, que material visual usará (prefira curtas-metragens de 5 a 7 minutos; projetar um filme de 130 minutos é contraproducente, não suscitará nem haverá tempo para discussões e troca de impressões. Certamente muito aluno terá dormido em aula). Com o tempo, altere e enriqueça esse programa.

Após decompor o programa da disciplina, armando os conteúdos dos encontros semanais, pense na bibliografia nas indicações específicas de leitura de cada grande bloco

Que livros são mais indicados para que o seu aluno leia ao longo do curso? Há algum filme em que esse tema seja discutido? Algum programa de televisão abordou essa problemática? Há algum artigo de revista que possa ser utilizado, seja publicação acadêmica ou revistas de divulgação ou as de “informação semanal”? Há algum texto de cadernos culturais que valha a pena colocar à disposição dos alunos no site da escola ou em sua homepage? Pergunte aos alunos o que eles já leram sobre um determinado tema. Crie junto com eles recursos educacionais colaborativos (Santana, 2012). Tudo isso é pensar a bibliografia.

Discuta e compartilhe com os alunos a proposta da disciplina: esse parece ser um dos grandes pulos-do-gato, de acordo com os ensinamentos de Masetto (1992) e Santana (2012). Não é preciso ter pressa em “começar” as aulas, o importante é iniciar depois de ter o projeto condensado e discutido com os alunos. Eles sentirão que o curso foi também decidido e planejado por eles.

Do mesmo modo que você, professor, precisou estudar e entender o alcance e o lugar de sua disciplina na grade do curso, explique aos alunos a proposta de sua disciplina e em que pontos ela dialoga ou é pré-requisito para cursos posteriores

Discuta com os discentes a importância de estudar, por exemplo, Métodos e Técnicas de Pesquisa ou Realidade Econômica e Social Brasileira, como pré-requisitos para no final do curso realizar o projeto experimental ou TCC (trabalho de conclusão de curso).

A avaliação deve ser entendida como ferramenta para eventuais correções de rota, além de um feedback contínuo ao longo do curso, com comentários do professor nas conversas com os discentes, nas apresentações de seminários. O professor Masetto ensina que esse feedback deve sempre ser traduzido por um comentário e não simplesmente por número. Ao devolver um trabalho ou uma prova, dê-se ao trabalho de escrever algumas linhas de observação e orientação. Nada frustra mais um aluno do que receber um longo trabalho apenas com um conceito ou nota, nenhuma marca ao longo das páginas dando certeza de que alguém leu o resultado de sua pesquisa. Lembre-se, o processo de avaliação deve ser conduzido sem tensão, sem o clima de terror de “provas finais”, mas apenas como etapa do processo, uma oportunidade a mais de aprendizagem (Masetto, 1992: 24), tanto para o aluno como para o professor (que terá na prova ou na arguição um retorno da qualidade de seu programa como incentivador da construção de conhecimento por parte dos alunos). 


Leia também aqui no bog

A importância da didática no Ensino Superior


Lembre-se: O ato de ensinar está na vontade de apender!

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Por que repetimos os mesmos comportamentos? (Autodescoberta)




Para falar sobre isso lhes convido a pensar sobre Personalidade e Comportamento.

A personalidade de uma pessoa é formada, pelas suas características individuais, forma de agir, pensar, sentir, valores morais, traços emocionais, julgamentos, entre outros aspectos. Esse conjunto de elementos por sua vez, torna o indivíduo um ser único e complexo perante o contexto em que vive.

O comportamento, diz respeito a maneira como a pessoa se comporta e reage perante o meio em que vive, diante de uma situação e dos estímulos recebidos. Explicando melhor: o ser humano é um ser sociável, isso quer dizer que convivemos com diferentes pessoas, em diferentes ambientes e cada um delas gera um comportamento (positivo ou negativo) em nós. 

A personalidade então, diz respeito a nossa individualidade, às nossas características próprias e possui uma dinâmica que só nós entendemos. Já o comportamento pode ser padronizado, copiado, repassado de pessoa para pessoa, sofrer influência.

Há um poema que chama muito minha atenção, é de Portia Nelson no livro "Um buraco na minha calçada: o romance da autodescoberta".

1.
Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio...
Estou perdido... Sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

2.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.

3.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim caio... É um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.

4.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.

5.
Ando por outra rua.

Por que repetimos os mesmos comportamentos? (Autodescoberta)

Por que pensamos termos aprendido com uma lição, mas quando menos esperamos, nos encontramos de volta em uma situação muito parecida? Novamente com o mesmo tipo de chefe, com o mesmo perfil de parceiro no relacionamento, mesmos gastos desnecessários?

Porque não nos observamos. Não estamos atentos, conscientes e conectados com nossas ações, nossos pensamentos e emoções. Ligamos o piloto automático e assim permanecemos durante o dia e, muito mais do que isso, durante a vida.

Quando um padrão comportamental se repete de forma sequencial e frequente, a primeira coisa a se fazer é observar o que te fez chegar novamente a uma situação semelhante. Sempre que isso acontece, um dos fatores principais é o ganho secundário, a intenção positiva que temos e é por isso também que tentamos sair de uma situação nociva, mas não conseguimos. Porque embora estejamos infelizes e insatisfeitos, existe um ganho, por mais difícil que possa ser imaginar, por mais que você não acredite, sempre existe um ganho.

Valor é aquilo que temos como verdade, algo que molda nosso caráter, algo que é maior do que nós. 

Assista meu comentário sobre isso no Canal Com Texto:



Lembre-se: O Ato de Ensinar está na vontade de aprender!

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Matemática, Plano de Aula e Discalculia, com Professor Rodrigo Martins



É muito importante que o Professor , a Professora de Matemática se aproprie dos Postulados de Piaget sobre a gênese do número na criança, e também os estudos da vertente sócio-histórico-cultural relacionados à aprendizagem da matemática, realizados por Vygotsky.

Hoje eu gostaria de contribuir com um Plano de Aula de Matemática que é um Jogo: um número para cada letra...

A construção de correspondências entre um número e uma letra era um código já utilizado pelos antigos hebreus e gregos.
A ideia é construir correspondências de letras com números, explorando a construção de palavras e de regras que estimulem o cálculo mental.

Estratégias

Pedir para que os alunos calculem o valor numérico dos seus nomes: RODRIGO = 18+15+4+18+9+15 =

Escolher algumas palavras utilizadas na matemática e propor a mesma regra (somar o valor numérico de cada letra para calcular o valor numérico da palavra):

CUBO = 3 + 21 + 2 + 15 = 41...

QUADRADO = 17 + 21 + 1 + 4 + 18 + 1 + 4 + 15 = 81 QUADRADO: figura geométrica com quatro lados iguais.

Sortear dois alunos, sendo que um deverá falar uma palavra, enquanto o outro, com lápis e papel, deverá anotá-la e calcular o seu valor numérico. Concluído o cálculo, inverte... os papéis, sendo que quem ditou a palavra, agora calcula.... 

Vá propondo novas correspondências aos alunos.

*Outra dica legal é na hora de ensinar educação monetária explicando que moeda de 0,25 são r de 0,5 de cinco centavos e por aí vai.

O olhar atento do professor é fundamental sempre!

Eu queria aproveitar, para falar de uma coisa importante que eu aprendi na minha Pós de Neuroaprendizagem e Práticas Pedagógicas, sobre discalculia:

A discalculia (dificuldade de aprender os números na linguagem matemática) do desenvolvimento na área da Matemática não é muito conhecida pelos professores.

É possível que o distúrbio da discalculia do desenvolvimento apareça vinculada a distúrbios, tais como a dislexia e TDAH.

A discalculia é um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem ligação alguma com níveis de QI e inteligência.

Aqui no blog eu tenho mais coisas sobre matemática nas series iniciais é só acessar através do link:


Assista meu vídeo comentando esse text:




Lembre-se: O Ato de Ensinar está na vontade de Aprender!

Reflexão em Sala "Nossa responsabilidade frente ao Outro"




O que você acha do outro é projeção sua! 

“Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo.” 

Você já ouviu esse pensamento Freudiano? Como forma de defesa psíquica, projetamos nossas dificuldades e deficiências no outro.

“Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma melhor compreensão de nós mesmos."  Carl Jung

Quando não suportamos olhar para nossas imperfeições ou receamos pelo julgamento alheio, procuramos um responsável externo e delegamos a ele um sentimento desagradável que nos pertence: a culpa.

Sartre disse: “O inferno são os outros”, esta frase nos lembra que somos sempre responsáveis pelas consequências de nossas ações, “O homem é responsável por tudo o que faz”, declarou Sartre. “O inferno são os outros” é um alerta que nos lembra a todo momento de nossa responsabilidade, principalmente para com os outros.



quarta-feira, 18 de abril de 2018

Sociologia, Convergência Digital e 'La Casa de Papel' Parte 1




Sociologia da Educação é como é nomeada a disciplina que dedica-se a estudar os processos sociais de ensino e aprendizagem.

Estuda a realidade socioeducacional, os ambientes onde há os processos educativos, mas, além disso, busca compreender  os processos de socialização.

Os principais nomes da fundação da chamada Sociologia da Educação são Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, entre outros.

No entanto Émile Durkheim é o pioneiro na sistematização de obras tratando dessa temática, a exemplo de obras como “Educação e Sociologia”, “A Educação Pedagógica na França” e “Educação Moral”.

Durkheim visava ainda que os conhecimentos desenvolvidos pelos estudos em Sociologia da Educação fossem capazes de servir para posteriormente orientar os professores de modo a construir uma nova moral educacional, laica  e racionalista.

Essa disciplina e campo do conhecimento dedica-se também à analise de outros pormenores do ambiente escolar, como por exemplo os fatores que podem interferir nos resultados escolares.

Continua...

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Pedagogo O Professor dos Professores



O professor cujo papel antes era o de transmissor de conhecimento, hoje tem novos papéis que incluem o de tutor, mediador, avaliador, pesquisador, autor, orientador, ativador, articulador e especialista da aprendizagem.

Esse professor ou professora do nosso tempo depara-se com um trabalho em novos e diferentes contextos educativos, com novos atores, novas tecnologias, além da exigência de novos saberes e novas competências.

Seu compromisso passou de ser a transferência de conteúdos para a construção de competências sociais, pessoais e tecnológicas dos seus alunos.

O Pedagogo é o Professor dos Professores - possui um currículo riquíssimo na sua formação, portanto caros pedagogos e pedagogas, lembre-se: quem faz o curso é você, muito do que dirão sobre o curso de Pedagogia passará pela observação que farão da sua atuação.

E você que não é Pedagogo e pensa em fazer uma segunda graduação para obter uma licenciatura eu vou dar quatro motivos para fazer Pedagogia:

1. Aprofundamento na arte de ensinar.

2. Mais opções de áreas de atuação.

3. Rapidez para concluir o curso.

Para aqueles que buscam esse curso como segunda graduação, esse tempo pode ser consideravelmente reduzido, já que diversas matérias são comuns para vários outros cursos e, por isso, poderão ser eliminadas durante a formação do novo profissional.

4. Comodidade com a opção do curso a distância.

O Pedagogo é o especialista em educação e associa o aprendizado às questões sociais e à realidade em que o estudante se encontra. Desta forma, contribui para a qualidade do ensino e aprendizado, fortalecendo a construção do conhecimento.



Lembre-se: O ato de ensinar está na vontade de aprender!