Fui assistir ao filme ontem, e estou bem empolgado para comentar!!!
Quem está por perto, sabe o quanto sou aficionado por filmes de super-hérois e aquilo que eu chamo de suas importâncias socioculturais.
Não tenho como escrever sobre racismo, porque acredito que só o possa fazer de forma plena quem o sofreu de fato, quem o vivenciou é que sabe exatamente o que é crescer e ter que conviver com a sensação de não ter a aparência socialmente aceita.
No entanto quem já foi excluído de alguma forma pela sociedade, seja por “ser pobre”, por “não ter ensino superior”, “morar em determinado bairro” ou não ser recebido bem numa loja por que “logo percebe-se que não tem dinheiro”, ou que “não é do meio”, formam juntos um “grande clamor de excluídos”.
Ah! e sobre ser excluído e ter ficado à “margem da sociedade” muitas vezes, ah disso eu entendo.
Faço referência aqui ao movimento denominado “O Grito dos Excluídos”, é uma manifestação popular carregada de simbolismo, um espaço sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com lemas como: “Brasil: um filho teu não foge à luta”, “Progresso e Vida Pátria sem Dívida$”.
Tive a impressão de que o filme trás propostas de autoconhecimento para muitos que estão perdidos no que refere à sua identidade nas mais variadas áreas da vida.
Estou lendo atualmente o livro:
“A religião mais negra do Brasil” de Marco Davi de Oliveira. Editora Ultimato.
Fazendo correlações com este livro e outros 03 (três) que citarei no final, percebi que o filme “Pantera Negra”, faz refletir sobre temas como : resignificar o outro, expansionismo, refugiados, segregação, racismo, extremismo, empoderamento, despotismo esclarecido, identidade, a necessidade de se ver representado e claro cultura pop.
Isso na minha opinião.
O filme me fez pensar também numa frase de Paulo freire:
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”.
Porque a implicação da frase vai muito além do âmbito educacional, pois desejar ocupar o lugar do opressor, (talvez até inconscientemente) o indivíduo deseja a manutenção da estrutura social na qual ele hoje se sente oprimido.
Como disse anteriormente, este filme também funcionou como um gatilho disparador na memória para outros 03 (três) livros que li e tiveram impacto na minha vida:
- “O Racismo Explicado aos Meus Filhos” de Neil Lopes. Editora Nova Fronteira.
- “Estranhos à Nossa Porta” de Zygmunt Bauman. Editora Zahar.
- “Em Busca De Sentido” de Viktor E. Frankl. Editora Vozes.
Tive ainda, mais certeza da necessidade de disciplinas como Filosofia, Sociologia, Artes, História... nas escolas, para formação de um individuo capaz de refletir e dialogar nesse mundo globalizado e cheio de “hipermodernismo” (faço referência aqui ao pós-modernismo e suas implicações).
Por que gosto dos filmes de super-heróis?
Filmes como o Pantera Negra nos ajudam a ver as coisas na perspectiva do outro.
E como alguém já disse e eu quero repetir:
“no contratempo entre a vida de herói e a vida de pessoa comum, é que entram as lições que podemos aprender com eles! Porque o herói até pode ser um ícone superpoderoso, mas é também gente como a gente e, por isso, tem que superar diariamente aqueles problemas que nenhum superpoder vai conseguir resolver.”
Para quem já assistiu ao Pantera Negra, faço referência com esta última citação, aos "desafios pelo trono", e a icônica frase do Homem Aranha: “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”.
Aos que não assistiram: Recomendo! Pois...
Aos que não assistiram: Recomendo! Pois...
“Nós temos de encontrar um jeito de cuidar uns dos outros, como se fossemos uma única tribo.” Rei T'Challa / Pantera Negra em discurso na ONU.
Rodrigo um estudante de Pedagogia.